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31º Encontros da Imagem – Festival Internacional de Fotografia e Artes Visuais, 2021

A The Cave Photography associa-se uma vez mais à Umbigo para sugerir a visita ao 31º Encontros da Imagem – Festival Internacional de Fotografia e Artes Visuais, 2021.

Sugerimos dez autores com exposições a decorrer até 31 de outubro entre Braga e o Porto.

Génesis 2:1, foi o tema escolhido para a 31ª edição dos Encontros da Imagem – Festival Internacional de Fotografia e Artes Visuais.2021, que este ano decorre entre 17 de setembro e 31 de outubro. Entre as muitas outras atividades, o Festival engloba 47 exposições distribuídas por 25 espaços distintos, envolvendo a participação de 64 fotógrafos.

Génesis 2:1 dá continuidade ao tema do ano passado e, nunca um tema escolhido, se enquadrou tão bem no contexto da atualidade.

Um ano depois, voltamos também nós e todo o mundo – em resultado da crise pandémica provocada pelo Covid-19, de novo, a ter que passar por um confinamento generalizado.

Gerou-se a confusão e o caos. Uma incapacidade coletiva para compreender a desordem das coisas, confrontando a humanidade com desafios cada vez mais complexos e exigentes.

A sociedade contemporânea está desde há muito, perante enormes desafios de carácter global: desde as questões relacionadas com o planeta e os seus problemas ecológicos – perda da biodiversidade, alterações climáticas, aquecimento e contaminação – até às civilizações que o habitam, onde muitas delas geram novas desigualdades e indiferença moral – regimes políticos, religiosos, fronteiras, refugiados, racismo, questões de género e muitas outras.

Aquilo a que chamamos progresso, não só deixou de coincidir com a humanização do mundo, como pode acabar por ditar o seu fim. Urge encontrar soluções para acabar com as desigualdades e indiferença em relação ao sofrimento de milhões de pessoas.

Uma interrogação se pode colocar: que futuro nos espera?  A crise em que vivemos constitui uma oportunidade para que todos encontremos causas comuns e discutamos as melhores soluções para o que deva ser feito.

Assim, e também com o objetivo de alerta, muitas das exposições agora apresentadas no âmbito dos Encontros da Imagem, para além do seu lado estético, abordam algumas das questões pertinentes que o mundo contemporâneo hoje vive.

 

Anabela Pinto, “Precious Things”

Baudrillard escreve como o sistema dos objetos é a manifestação da satisfação e da desilusão; como encontramos nos objetos do quotidiano uma ambição de atuar como substitutos das relações humanas. Parecendo resolver um mero problema prático, eles visam, subconscientemente, resolver um conflito social ou psicológico.

Precious Things é uma observação do culto da tecnologia como uma extensão da psique humana, onde objetos de consumo parecem canalizar, refletir e alimentarem-se das emoções do utilizador.

The Cave Photography, Rua 31 de Janeiro 174, Quarta-Feira a Sábado: 16h00 – 19h00.

Ariadna Silva Fernández, “Cartografia do Esquecimento”

A Cartografia do esquecimento (Cartografía do esquecemento) propõe uma reflexão sobre as consequências culturais da perda da floresta nativa galega. A destruição da Mata Atlântica resulta de diversas questões políticas, sociais, económicas e ecológicas, que afetam tanto a biodiversidade quanto a memória e identidade coletiva de grande parte da Galiza (Espanha).

Mosteiro de Tibães, Braga, Terça a Domingo e Feriados: 10h00 – 18h00.

Bruce Gilden, “Syracuse”, USA. Syracuse, NY. 1981.

“(…) Andei por Syracuse, e após alguns dias de exploração encontrei um canto movimentado no centro da cidade. Na esquina entre a rua S. Salina e a East Fayette, descobri rapidamente que Syracuse tinha mais deficientes mentais por metro quadrado do que qualquer outro lugar que houvera visitado antes. De repente, vi ali uma grande oportunidade de fazer um trabalho interessante. Todos os dias à tarde esses homens e mulheres deixavam os seus empregos e reuniam-se na paragem de autocarro com as suas lancheiras em mãos, para esperar o autocarro que os levaria de volta às suas casas.”

Theatro Circo, Av. da Liberdade 697, Quinta, Sexta e Sábado: 14h30 – 18h30.

Cristiano Volk, “Laissez-faire”

Imaginem uma vida que é vivida sob o brilho de uma luz artificial, onde a realidade não é experimentada diretamente, mas através de telas. Imaginem um mundo tão densamente conectado, no qual todas as distinções através das quais aprendemos a dar sentido ao tempo e ao lugar – interior e exterior, privado e público, dia e noite – desmoronaram numa única alucinação em tons de néon.

Galeria do Paço da UMinho, Segunda a Sábado: 10h00 – 18h00.

Donna Ferrato, “Holy”

Holy é uma compilação das minhas fotografias sobre a sabedoria e coragem das mulheres, sobre pessoas que se identificam com o género feminino, e pessoas que não se identificam com qualquer género.

Essas pessoas incríveis que me inspiraram por meio século. Eu observei o seu percurso e as etapas que tiveram que percorrer para sobreviver à violência masculina, sempre maravilhado com a forma como conseguiam fazer o impossível e reivindicar a sua dignidade. Ainda que sem ajuda da sociedade, as mulheres são as justas vencedoras porque defendem o amor sobre o ódio.

Casa dos Crivos, Rua de São Marcos 37, Terça a Sexta: 10h00- 13h00 /15h00 – 18h30, Sábado e Domingo: 15h00 – 18h30, Segunda: Encerrado.

Kai Yokoyama, “The day you were born, I wasn’t”

Quando esta pandemia começou em 2020, perdi o controle, assim como o resto do mundo. E pensei no milagre de estar aqui. O fato de eu ter nascido, o que geralmente consideramos natural, também foi uma série de milagres. Fui para casa para minha mãe. Era a minha casa. Procurei fotos antigas da minha família. Andei pelo local onde os meus avós já falecidos moraram, e fui tirando fotos. Tentei conectar o presente com o passado. Era como mover-me no tempo e no espaço, como voltar ao lugar onde a minha alma já tinha estado.

Galeria do Paço da UMinho, Segunda a Sábado: 10h00 – 18h00.

Lara Jacinto, “Dentro e fora”

De como as plantas procuram água.

Que coisas haverá para fotografar numa vida por dentro. As paisagens do espírito e do pensamento – pela vitalidade com que se inscrevem nos pequenos gestos do dia – não podem ser só uma imensa natureza crepuscular precedida de noite. Todos temos curiosidade de saber de que forma a natureza exterior, continua o seu território na vastidão que cada Homem pressente dentro de si.

Museu D. Diogo de Sousa, Rua dos Bombeiros Voluntários s/n, 4700-025 Braga, Terça a Domingo: 10h30 – 17h30.

Manolo Espaliú, “Welcome to the Paradise”

Nos últimos anos, dezenas de novos centros urbanos foram construídos em todo o Irão, de acordo com o projeto de habitação social Maskan-e Mehr: um total de 17 novas cidades e cerca de 1,5 milhão de unidades habitacionais com o objetivo central de reverter a migração para cidades maiores, onde os padrões de vida se vão deteriorando devido ao tráfego, poluição e o elevado preço da habitação. Essas comunidades foram erguidas em ambientes áridos, quase desérticos, como em Pardis (análogo a “paraíso” em persa, meia hora a nordeste de Teerão), muitas vezes com pouca consideração pelas condições ecológicas das terras.

Galeria do Paço da UMinho, Segunda a Sábado: 10h00 – 18h00.

Patrícia Barbosa, “Prova”

Após vários anos de pesquisa, a autora apresenta as suas fotografias documentais, arquivos históricos, encenações, fotografias antigas e vários objetos. Prova é uma grande coleção com a qual desconstrói um período da história recente de Portugal ao mesmo tempo que desenleia a história da sua própria família.

Galeria Encontros da Imagem Estação, Largo do Paço s/n, Terça a Sábado: 14h00 – 18h00.

Silvia Rosi, “Encounter”, 2016

O trabalho de Silvia Rosi explora a sua história familiar pessoal com base na sua herança togolesa e no conceito de origens. O tema da família é explorado por meio de autorretratos nos quais a artista interpreta a sua mãe e o seu pai, e é parcialmente baseado no retrato de estúdio da África Ocidental.

A sua mãe desempenha um papel central no seu trabalho, assim como o seu pai, bem como as suas experiências de migração desde Togo na África Ocidental para Itália. Rosi recria a luta dos seus pais, posicionando-se como observadora e participante. As suas fotos são quotidianas e complexas, baseadas em fotos que Rosi encontrou num antigo álbum de família.

Museu Nogueira da Silva, Av. Central 61, Terça a Sexta: 10h00-12h00 e 14h00 – 18h30, Sábado: 14h00 – 18h30.

Silvy Crespo, “The Land of Elephants”

Esta é uma história sobre exploração e resistência na terra do ouro branco, e começa com as montanhas. Diz-se que escondido debaixo das rochas cinzentas das montanhas de Barroso está um precioso metal branco prateado.

Edifíciod Castelo, Rua do Castelo s/n, Segunda: 14h30 – 17h30, Terça e Sábado: 14h30 – 18h30.

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