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“Os caminhos da água” unem Lisboa e Almada no 10º Open House Lisboa

Este fim de semana, de 25 e 26 de setembro de 2021, realiza-se a décima edição do Open House Lisboa, onde, pela primeira vez, os percursos são pensados unindo as duas margens do Tejo e contemplando também a cidade de Almada.

Se é a água que une estes dois territórios, também é esse o elemento essencial escolhido pelo coletivo de arquitetura paisagista Baldios como fio condutor para o comissariado deste ano.

Caminhos da Água é o roteiro de 68 espaços de visita gratuita, 49 dos quais em estreia absoluta, que convida à descoberta de diferentes tipologias de edifícios que resultam do vínculo entre água e cidade, percorrendo o Tejo e os vales de ambas as margens.

Para melhor compreender esta relação e como a construção as acompanha, os Baldios organizaram os locais em oito percursos urbanos que ajudam a desvendar oito linhas de água de Lisboa e Almada. Da Linha de Costa que prova que o rio Tejo é um território, à Ribeira da Ajuda que definiu Alcântara e Algés, até aos eixos que deram origem às Avenidas da Liberdade e Almirante Reis, sem esquecer o Vale de Porto Brandão ou a linha de água em que Cacilhas, Almada, Pragal, Monte da Caparica e Trafaria cresceram. São estes os percursos naturais que se vão descobrir com a ajuda, entre outros e outras, de especialistas como Catarina Rebelo de Sousa e Gilberto Oliveira, João Ventura Trindade ou Francisco Silva.

Do cemitério do Alto de S. João ao Hub Criativo do Beato – Antigas Fábricas de Manutenção Militar, dos antigos Estaleiros da Lisnave, ao Lazareto – Asilo 28 de Maio. Das casas particulares às fábricas, dos cinemas aos jardins, dos conventos a espaços icónicos de diferentes épocas das duas cidades, nesta nova edição, o Open House alarga o território, mas sem se dispersar minimamente no seu compromisso maior: aproximar de Lisboa e Almada, quem nela habita, através da descoberta de uma eclética seleção de espaços.

Mas não é tudo. No seguimento da estreia, em 2020, do novo formato de passeio sonoro, a edição deste ano tem também previstos dois passeios guiados ao ouvido. É o caso de Conhecer a Água, o passeio que leva o ouvinte numa viagem sonora ao leito do rio Tejo, e da sua importância, através de uma viagem de barco entre o Cais do Sodré e Cacilhas e o passeio que dá a conhecer o Vale de Chelas.

A este vasto programa em torno da Arquitetura, junta-se o programa Plus, o programa de atividades Júnior e as Visitas Acessíveis. Pode consultar tudo aqui e estreitar e relação entre as duas margens do Tejo, tal como o Atelier Baldio propõe no mapa que assinala esta edição.

Fabrícia Valente é formada em Arquitetura pela Universidade de Évora (pré-Bolonha) e tem formação em áreas complementares como o vídeo, a fotografia e a produção de exposições temporárias. Desenvolve a sua atividade entre a Curadoria (ex: Pavilhão KAIROS), a Crítica (é editora da secção online de Arquitetura da Umbigo Magazine e faz parte da redação do J-A) e a Mediação Cultural (Museu Coleção Berardo e MAAT), já tendo trabalhado em mais de 90 exposições. Colabora com diversas entidades na procura da multidisciplinariedade entre a Arquitetura, as Artes Plásticas e a Música, áreas onde está a desenvolver trabalhos de investigação.

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