Umbigo no Mercado P’LA ARTE, em conversa sobre arte sonora e olfativa
Se é certo que a visão tem reclamado o monopólio sensorial no acesso à arte e à história da arte, também é certo sublinhar que a arte contemporânea veio dilatar o campo de atuação e experimentação dos artistas com base noutros órgãos sensoriais.
O advento da instalação desencadeou as possibilidades holísticas da arte. A arte sonora é o caso mais paradigmático deste fenómeno, já com largas monografias editadas e casos de estudo presentes na história da arte, e obras que remontam às primeiras décadas do século passado. Entretanto a tecnologia evoluiu, e novas abordagens têm sido procuradas, tanto por parte dos artistas, como dos curadores e dos programadores, que encontram nos museus e instituições de arte, centros de pesquisa e reflexão para estas práticas mais recentes.
Contudo, e apesar de ainda ter sido pouco difundida e trabalhada, a arte olfativa é outro desses casos, em que artistas, perfumistas e químicos se juntam para a conceção de instalações que ativam um órgão até agora pouco explorado no âmbito artístico, mas com fortes implicações na subjetividade e na memória afetiva e individual. O artista Oswaldo Maciá é um nome paradigmático nesta área, mas também Clara Ursitti, Christophe Laudamiel, ou, antes deles, ainda na década de 1960 e recorrendo à elementar fragrância das especiarias, Takako Saito.
Continuando esta indagação entre arte sonora e arte olfativa, a Umbigo organiza uma conversa na mais recente iniciativa do Mercado P’LA ARTE, com os oradores Miguel Matos (curador, perfumista e crítico olfativo) e Vera Appleton e David Maranha (programadores da Appleton Garagem, um programa dedicado ao som e à música). A moderação será levada a cabo pelos diretores da Umbigo, Elsa Garcia e António Néu.
O encontro está marcado para o dia 3 de julho, às 17:00h, no recinto do Mercado P’LA ARTE.