5 Sugestões Culturais – Carla Filipe
O que podemos fazer por casa? Ou que sugestões culturais nos podem ajudar a navegar em tempo incerto? De um livro a um podcast, álbum ou filme, aqui ficam as recomendações de artistas, curadores, galeristas, ativadores culturais, amigas e amigos.
Vamos partilhar a receita do que melhor nos faz, para seguirmos unidos e positivos.
Desde o início da pandemia, a UMBIGO convida uma pessoa a partilhar as suas 5 sugestões culturais.
_
Artista
Karen Finley
Karen Finley é artista, performer, música, poeta de spoken word. Conheci o seu trabalho no ano de 1999 na cidade Porto, no CO-LAB / FALADURA uma edição que reuniu dois festivais internacionais, um de música experimental improvisada e outro de spoken word. Relembrar a performance de Karen Finley no Porto, é relembrar um momento excelente da cidade que antecedeu o deserto cultural pós Capital da Cultura no ano 2001 até ao 2013. É importante salientar que o acesso à Cultura não é um dado garantido.
Manifesto
Annie Sprinkle & Beth Stephens
ECOSEX MANIFESTO de Annie Sprinkle e Beth Stephens é um manifesto em construção. Colaboram juntas desde 2002, trilhando por um caminho que apelidaram de ecossexualidade. Autoras e ativistas e feministas do final da década de 80 abriram portas para muitas questões da contemporaneidade. Annie Sprinkle é artista visual, foi trabalhadora do sexo, realizadora e atriz de filmes pornográficos feministas. Beth Stephens é artista, escultora, performer, cineasta e professora. As suas biografias permitem-nos ver que o ativismo e a teoria fazem parte da vida e não estão separados.
Entrevista
Angélica Liddell
Angélica é dramaturga, encenadora, atriz, poetisa e cofundadora da companhia de teatro Atra Bilis. Esta conversa centra-se numa questão que me interessa – a questão da verdade entre o criador e a sua obra. Conheci Angélica Liddell através de um amigo que colaborou como ator numa das suas peças. Para mim foi um regresso ao teatro, após anos em busca de uma linguagem mais experimental ou vanguardista.
Som
Geograficamente Perto
Geograficamente Perto é um programa da responsabilidade da dupla GAM, residentes no Porto, para a rádio independente LYL, um projeto cultural ligado à música com as bases em Lyon, Paris e Bruxelas. Bom para as horas de pausa no período de confinamento.
Música
Music from Saharan Cellphones: Volume 2
Interessa-me neste álbum a importância dada a uma tecnologia do quotidiano, o telemóvel que permite fazer circular música. Foi através de gravações de mp3 nos cartões de memória que esta música se espalhou e tornou conhecida pelo oeste africano.
_
Carla Filipe, 1973 vive e trabalha no Porto, Portugal. A obra de Carla Filipe é composta a partir da apropriação de objetos e documentos, ou construída através da relação permeável entre objetos de arte, cultura popular e ativismo. Na sua pesquisa, a artista utiliza materiais e elementos, como bandeiras, cartazes, jornais e artefactos ferroviários. O seu percurso artístico iniciou-se na cidade do Porto em 2001, fazendo parte do fluxo artist-run spaces, foi cofundadora do Salão Olímpico e do Projecto Apêndice, em 2009 ganha a bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para a residência artística na ACME Studios (UK), com um percurso nacional e internacional mais afirmado, desde a Bienal Manifesta 8, Diálogo entre região de Múrcia e Norte de África, curadoria Tranzit.org, Múrcia / Espanha ( 2010); Prémios EDP – Novos artistas, curadoria João Pinharanda, Nuno Crespo, Delfim Sardo, Lisboa / Portugal (2011); V Bienal de Jafre, Curadoria Carolina Grau e Mário Flecha, Jafre / Espanha (2011); Deaf / Dumb Archive, curadoria Zbyněk Baladrán, Tranzit.Display, República Checa / Praga (2011); Mon, am i barbarian?, curadoria Fulya Erdemci, 13 th Biernal de Istambul / Turquia (2013); da cauda à cabeça, curad. Pedro Lapa, Museu Berardo, Lisboa / Portugal (2014); Re-Discovery III– curadoria Ulrich Loock, Autocenter , Berlim / Alemanha (2015), Natural Instincts; curadoria Samuel Leuenberger, Les Urbaines, Lausanne / Suíça (2015).