do apartamento:
(poemas de Maria Fernandes para fotos e títulos de Fedra Espiga Pinto)
—
11 meses em cura
até coalhar a surdez.
até que coágulos
se estatelem em
toda a medida
da sombra difusa
até que jorre
a lava fervente
– testemunha cervical –
da existência
de um
—
corpo estranho
no centro inverso
da essência revelada:
– flash e meio ao meio-dia
ao som-acorde em céu
(sobre as nossas cabeças
névoa nevoada a relembrar)
a presença anunciada
de mil quinhentas e
troca o passo
matizes e
—
por mais voltas que dê
não me é possível
avistar o pássaro azul
povoador de almas:
– o ancestral conjugado.
à composição curvilinear
a respiração interrompida
sempre e a cada
intervalo de lucidez:
– haverá sempre tempo
para pe(s)car o ritmo de
—
uma pedra sobre o assunto
e saber com tal
concluído o processo inaugural
da serenização do olhar
saber da leveza
do peso-pluma
que é a ausência
da cor esbatida
do riso
da força
do génio – falácias!
recusar – a aniquilação
o apartamento
—
e nunca mais foram vistos juntos
nem para sociologias
aplicadas
nem futurismos
proto-autistas
eis aqui
a construção
do andaime onde
em passos-lã
perecem almas
de Nós.