Agora que já passou mais algum tempo desde a minha chegada, tenho umas opiniões diferentes em relação à vida daqui.

A melhor palavra para descrever a minha estadia por cá tem de ser “solitária” – não no mau sentido. A palavra solitária tem uma nova definição no meu dicionário. Reparo que é sozinho que me encontro, estranhamente…

Em termos de universidade, a experiência está a melhorar. Já sinto uma maior cumplicidade com os meus colegas, já sinto que estou na minha turma. O ensino continua a ser muito diferente do português. Por mais que a minha experiência com o ensino português não tivesse sido má, sinto que aqui os professores, em conjunto com a turma, querem ver cada aluno a sair-se bem e a sentir-se confortável nas aulas e nos projetos que participa. Acho a relação entre aluno e professor muito mais íntima – nota-se que o professor está interessado em que o aluno tenha sucesso. É um ótimo sentimento aqui no mundo das artes, onde passamos dias e noites a duvidar do nosso trabalho e a nunca estamos 100% satisfeitos com o que temos.

Enfim.

As visitas que recebo também são boas. Amigos vindos de Portugal que querem ver a cidade e aproveitam para estar comigo. E com isto aproveito para sair do quarto e passear por Londres, ou melhor, re-passear. Acho que já vi tudo, até conhecer alguém novo que me leva a novos sítios que eu não tinha a menor ideia que existiam. No outro dia fui ao cinema com uma colega de curso e uau – os lugares eram excelentes; comia-se o que se quisesse desde as habituais pipocas a uma pizza; e até se bebia álcool – isto tudo a um preço acessível para um cinema no meio de uma cidade tão cara.

As fotografias são ligeiramente antigas, ainda do ano passado. Mas foi a minha primeira vez a brincar com a Leica e achei importante partilhar.