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Carmen Amador

Carmen Amador expõe na Galeria Siesta, Calle Ferlandina, nº18, em Barcelona. Esta autora joalheira é Sevilhana e vive em Barcelona, onde há vários anos é professora na Escola Massana, na calle Hospital. Aí ensina Projeto e cinzelagem.

As suas peças têm geometrias variáveis, conjugando a pureza de supostas formas geométricas com organicidade. Certas peças são compactas. Mas, na maioria, são molduras criadas com fio ou chapa de prata branqueada ou oxidada. Estas cercam formas orgânicas, como frutos ou flores. Para estes detalhes finamente trabalhados recorre amiúde à cinzelagem. Noutros casos frequentes utiliza resinas sintéticas translúcidas ou outras matérias coloridas ou douradas.

A poética desta obra tem uma natureza bem feminina. Todos os detalhes são elaborados com grande delicadeza, como um o labor próprio de uma mulher. Entrelaçam-se pequenos detalhes entre si. Frutos, flores ou pérolas que sobressaem entre as molduras.

Contar histórias, reinterpretar símbolos, pensar a natureza, representar paisagens da memória, buscar a surpresa, indagar sobre tradições, motivar a reflexão e enlaçar elementos geométricos com elementos naturais são só alguns dos argumentos dos que se serve esta artista para a realização das suas joias.

Como se pode ver pelas fotografias, os detalhes constituem-se como fragmentos. Podem ser lidos por si mas, em cada peça, jogam numa poética entre fragmentos e o total do conjunto.

Trata-se de uma obra intelectual que é também artesã. Portanto, a obra, seguindo esquissos, equivale também a um pensar com as mãos, como dizem, entre outros, o arquiteto Campo Baeza e o joalheiro Ramón Puig, ambos catalães. As peças contêm laboriosas e delicadas manufaturas que dão um caráter delicado ao conjunto. Na maioria, são alfinetes que podem ser usados sobre o vestuário.

Do ponto de vista da fruição, estas peças elaboradas manualmente pela artista, oferecem possibilidades de leituras múltiplas, já que os fragmentos se articulam com o todo de cada peça. Constituem-se, assim, como ricos labirintos em que a leitura do total e dos fragmentos retarda a análise, pedindo una fruição em diálogo com as peças. Interpretar cabe ao recetor, que há de obter possibilidades de leitura contando, se possível, com este texto como suporte.

Esta exposição segue muitas outras individuais e coletivas. Carmen Amador é já um nome internacional. Expõe regularmente e está representada em múltiplas coleções em Barcelona e noutras cidades do mundo.

Ana Campos nasceu no Porto, Portugal, em 1953. É joalheira e dedica-se, também, à investigação nesta área. No campo do ensino, foi professora de projeto e de teorias da arte e do design da joalharia contemporânea. Até 2013, foi diretora do ramo artes/joalharia e coordenadora da pós-graduação em design de joalharia da ESAD – Escola Superior de Artes e Design, em Matosinhos, Portugal. Tem-se dedicado a curadoria e produção de exposições de joalharia nacionais e internacionais. Licenciou-se em Design de Comunicação na FBAUP. Estudou joalharia no Ar.Co, Lisboa e na Escola Massana, Barcelona, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. Realizou uma pós-graduação em Relações Interculturais, pela Universidade Aberta, Porto, que conduziu ao mestrado na área de Antropologia Visual, cuja dissertação se intitula "Cel i Mar: Ramón Puig, actor num novo cenário da joalharia". A orientação foi de José Ribeiro. Atualmente, é doutorada em filosofia na Universidad Autónoma de Barcelona. Terminou o doutoramento em 2014, com orientação de Gerard Vilar. Desenvolveu uma tese intitulada: "La joyería contemporánea como arte: un estudio filosófico".

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