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Travassos – life is a simple mess

Imagens: Travassos.

Elementos indissociáveis – Jazz em Agosto com atividades extra concertos e Jazz em Agosto com Travassos. life is a simple mess lançado a 04 de Agosto, após o concerto de Larry Ochs com The Fictive Five. Um livro que partindo e sendo sobre música, remete-nos para diferentes universos – naturais, oníricos, mutáveis e a sua relação com outras naturezas. Conta-nos histórias ou antes convida-nos a construir as nossas histórias a partir das suas ilustrações.

João Castro – Que critério definiste para selecionar as imagens, uma vez que o teu trabalho vai das capas da Clean Feed e shhpuma à imagem do Festival Rescaldo?

Travassos – Em primeiro lugar, tive em atenção o cariz da editora, a Chili com Carne, a partir daí tive de escolher mais ilustrações para que não fosse muito desfasado daquilo que é a sua linha editorial. Por outro lado, organizei-as de forma a construir uma história. Para isso, contei com a ajuda do Nate Wooley. O Nate Wooley é um dos meus músicos preferidos, como tal, e se alguém tivesse que escrever só poderia ser ele.

JC – Estruturas o livro em diferentes partes…

T – A intenção é contar uma história. O livro divide-se em três partes: life is simple, onde aparecem os desenhos mais minimais, onde aposto numa certa simplicidade. Segue-se life is a mess, onde se misturam mais fatores e mish-mash que é a junção quase sem limites de elementos que à partida não combinam.

JC – Como ligas os teus desenhos com os textos de Nate Wooley?

T – A estrutura foi dividida com ele. Partilhámos algumas ideias, ele viu as imagens e teve absoluta liberdade para escrever aquilo que considerasse relevante. Depois complementámos as duas partes, os textos dele e as minhas imagens.

JC – Há temas que são abordados frequentemente – a natureza, os pássaros, o camaleão da capa, mas numa perspetiva onírica e mutável…

T – São os que mais me agradam e influenciam. Há uma certa relação de catástrofe entre a natureza e o resto. Os temas vão surgindo, mas sem nunca ter medo de misturar elementos. Por exemplo na capa podem estar 60 a 70 elementos escolhidos numa base de 200. Vou adicionando componentes que penso que fazem sentido. Ultimamente não tenho tido tanto tempo para desenhar. Assim, o processo através do computador não é só mais simples, como os resultados são os que pretendo atingir. Mesmo assim há muitos desenhos nos trabalhos que faço, mas poucos estão no livro porque muitos deles são trabalhados, adulterados.

JC – O livro é acompanhado por um CD, porque decidiste incluí-lo?

T – Escolhi temas dos projetos mais duradouros e consistentes em que participo, como os Pão, os Big Bold Back Bone e os Pinkdraft. Consegui recuperar algumas pérolas como os Flu, a primeira banda do Gabriel Ferrandini, e temas mais antigos que deveriam ser editados num suporte com maior projeção. O último é dedicado à minha filha, onde ela toca piano.

JC – O livro foi apresentado no Jazz em Agosto, presumo que a escolha do festival tenha sido imediata.

T – Sempre pensei que seria o momento ideal para apresentar o livro, visto que há uma forte relação com as capas e com a música que estas imagens retratam. Estou ligado ao Jazz em Agosto há 17 anos, o que faz com que tenha uma relação quase familiar com o festival. É adequado e prestigiante.

Travassos – life is a simple mess

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Aos cinco anos, vi publicado um conto – "Era uma vez um atacador e um sapato, e o atacador fugiu". Por volta dos doze um desenho da Branca de Neve teve uma bicicleta como prémio. Da esperança em ser um escritor reconhecido, a ser um pintor brilhante tudo se esmoreceu ao longo dos anos. Desenhos falados, os mapas, começam a ocupar a minha atenção. Licenciado em Geografia, com pós graduação em Planeamento Urbano e outra em Políticas de Inovação. O quotidiano assume o seu curso natural, não sem antes escrevinhar os mais variados desvios (a Umbigo, a Nariz Entupido entre outros) e muitas saídas à noite, porque nunca se sabe a que horas nasce o sol.

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