Description
EDITORIAL
Desde o cinema Londres até uma carruagem no metro entre a Alameda e a Baixa-Chiado, passando depois pelo escuro e vermelho bar Roxy Romeo, o que começou por ser uma simples ideia, entre conversas de amigos, ganhou uma dimensão de que temos hoje muito orgulho. A Umbigo nasceu em Junho de 2002, após uma “gravidez” planeada, depois de termos pensado e filosofado acerca de como iria crescer, preparando a sua vinda.
A Umbigo fez um ano e é como uma criança prodígio, que quer expressar-se cada vez com mais força. O seu mundo desenvolveu-se e está em expansão, com um círculo maior de projectos, amigos e artistas que se revêem no seu espelho umbilical. Para isso contribuiu o apoio de amigos, cidadãos informados e muitos, muitos leitores que consideramos como cúmplices da nossa caminhada. Todos eles elementos essenciais para que hoje estejamos a celebrar esta data. Olhando para trás, talvez não tivéssemosplena consciência das limitadas mentalidades contra as quais tevemos que lutar. Tínhamos, no entanto, muitas certezas acerca das nossas intenções em termos de qualidade editorial.
A Umbigo marca uma filosofia diferente, uma forma de pensar e estar no mundo da arte e na sociedade. Não é apenas mais um elemento na vida cultural portuguesa. É, esperamos nós, um passo em frente. Para colorir as vidas de todos quantos, regularmente e com entusiasmo, nos lêem. O prazer de ver e ler é uma das nossas metas e é com esse elemento essencial que tentamos contaminar os crescentes leitores e colaboradores, que já constituem tentáculos da revista aquém e além fronteiras.
Para além do que foi dito, encontramos um grande orgulho no feedback do nosso público, traduzido nos trabalhos e investigações que professores e alunos de artes e design por todo o país têm desenvolvido com a Umbigo como objecto de estudo. Que a criatividade e a força não nos falte para continuarmos a inspirar outras mentes.
Habitamos agora num corpo já marcado por anteriores intervenções literárias. Do alto da nossa pequena varanda na “bairroaltista” Travessa de São Pedro, observamos as cicatrizes da criação. Por coincidência, sabemos hoje que o destino nos guiou para o local onde foram produzidas publicações culturais que, em outras eras, marcaram a diferença. Távola Redonda e O Mosquito foram as nossas antecessoras dentro destas paredes, datadas de 1889.
Sempre com o lema O Corpo Como Expressão Artística, perspectivamos para a nossa “filhota” uma adolescência com os pés assentes na terra, mas sempre irrequieta e extravagante.
–
ÍNDICE
02. joana paiva nunes . poema
05. editorial
06. anaïs nin . vénus erótica
10. joão vilhena . teatralização da identidade
14. a meia ousada
16. cramps . sexo, horror e rock n’roll
18. spencer tunick . nudez no asfalto
20. a fina membrana do prazer
22. orlando dos santos . armpit
26. paulo henrique . design de movimento
28. leigh bowery . um ser camaleónico
31. josé vilhena . agente provocador
34. blaxploitation . black is beautiful
37. piece of cake
44. moda=arte?
48. inês nunes . fragmentos de um mapa corporal
50. lenka klodova
52. ana baleia . tomato sense / non sauce
56. francis bacon . a tela como cilada
58. powell & pressburger . black narcissus
60. elle von unwerth . cenários de desejo
62. pipilotti rist
64. a vida e obra de bob flanagan
66. umbigo 1 ano
68. la fura dels baus . o teatro da moda
70. cinco sentidos
Reviews
There are no reviews yet.