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EDITORIAL
Umbigo é um conceito. Uma filosofia editorial completamente nova em Portugal. Umbigo significa o renascer de um hedonismo peculiar que se desvanece dia após dia no marasmo cultural e editorial português. Trata-se de olharmos para nós próprios e gostarmos disso. Mas vai mais fundo: reivindica um prazer inerente à nossa vertente humana (que ainda existe, apesar dos condicionalismos) e que sempre existiu. A sensualidade. Aliado à sensualidade está o gosto pelas coisas belas e que proporcionam prazer. Estas tanto podem ser um corpo apetecível e sensual como uma Coca-Cola fresca num dia de 45ºC ou um tapete de pêlo junto à lareira no Inverno. O nosso conceito de sensualidade é ambíguo e não está necessariamente ligado ao sexo.
Vamos tornar tudo mais claro. O tema que estará sempre subjacente à Umbigo será o erotismo e a presença do corpo na arte, assim como a sua influência na evolução daquilo a que chamamos a vida em sociedade. Muita cultura será impressa nas páginas da Umbigo, traduzida numa atitude natural, despojada de conservadorismos desnecessários. Não somos uma revista erótica em que a cada canto espreitam pin-ups e apelos à mediocridade estética, tão em voga actualmente. A umbigo será um produto inteligente, para pessoas com cérebros arejados.
Estamos extenuados de revistas cor-de-rosa e de coscuvilhices mundanas. Enquanto jornalistas, somos exigentes e queremos fazer algo pelo nosso umbigo e pelo umbigo das pessoas que se interessam por esta temática. Dotada de uma forte componente estética e aliada a um design vanguardista, a Umbigo pretende criar imagens e cenários em que a fotografia se pode fundir com a arquitectura, a moda, a pintura e todas as artes que se manifestem visualmente. Por tudo isto a imagem é fundamental. Mas nem só de imagem viverá a Umbigo. Teatro, música, design, arquitectura e literatura serão outros temas a focar. O cinema, a dança e tudo o que mexer com ideias e estéticas terão lugar de destaque nas nossas páginas.
Por outro lado, todos nós sabemos que Portugal tem uma escassez surpreendente de publicações artísticas. As que existem (louvadas sejam) muitas vezes propõem abordagens pouco originais, académicas ou elitistas, o que faz com que se percam leitores, que acabam por recorrer a publicações estrangeiras. Uma abordagem original e irreverente da cultura é essencial para despertar algumas mentes.
Esta revista é um acto de teimosia contra todos aqueles que não acreditaram em nós e perante todas as dificuldades que nos foram impostas. Conseguimos furar as barreiras mentais e materiais para concretizar um sonho.
Esperamos que este projecto se torne num passo em frente na originalidade editorial por terras lusas.
Por fim dizemos “Olhem para o nosso Umbigo”!
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ÍNDICE
01. umbigo . leonel de jesus
03. editorial
04. helmut newton . pornochic
06. jean carlo . a recriação da beleza
10. bomba suicida
12. naked music . quando a música é sexy
14. erotismo high-tech
18. osvaldo martins . um flash de conversa
20. alvaro villarrubia . corpo metamórfico
26. colin ginks . brit pop pulp web
30. moda . la vie en vert
36. nan goldin . carpe diem
38. annie sprinkle . post porn modernist
44. sexo, martinis & bossa-nova
46. cartoon
48. lucía extebarria . nós que não somos como as outras
49. teaser . portfólio
52. antónio josé carvalho . subversão escultórica
54. josé de guimarães . alfabeto sensorial
58. o transformismo através dos séculos
63. alfred hitchcock . vertigo
64. à mesa com o desejo
67. betty page . o anjo negro da cultura pop
70. o umbigo do Fado
72. london calling
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