DIÁRIOS DO UMBIGO

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(poemas de Maria Fernandes para fotos e títulos de Fedra Espiga Pinto)

haviam detonado
uma após outra
as minas
judas-de-vidas
que surgiam
em filas
de urgências
e epidemias

num ápice
a ordem instalada

instada
a olhar-nos
desde
o sempre-cosmos

1_ad-instinctu

tanta pressa para quê

se a reivindicação
de mortes
dura ainda
até ao fim do mês

– e todos
em casa
com um
cadáver
de estimação

2_ad-instinctu

poderia sempre
fitar
o cerne irresoluto
em tempos definidos
por compassos
esdrúxulos

nunca a ténue
ideia
de ser real
por entre
a luz opaca
da forma

– depois disto,
o desabrochar
a cada giro

3_ad-instinctu

ou por outro lado
imiscuir-me
a olho-nú

assim sendo,
e o azul-veludo
devolvendo-nos
a sobriedade
de se saber
ermo
a cada pulsar
de pétalas-caos

e nisto,

– caio

4_ad-instinctu

desde o mais
alto dos saberes:

– vive-se
e morre-se
prenhes do son(h)o
em bolhas
que---------------------mais
--------------não
permite
que se flutue
a cada réstia
de corpo morto
nos braços
de cada um

de nós

5_ad-instinctu

* Este texto não é escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.

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