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Fotografia de capa: Rio de Janeiro, 1947 – Thomaz Farkas.

A partir de 21 de fevereiro, o trabalho de quatro grandes nomes da fotografia moderna no Brasil – Marcel Gautherot, José Medeiros, Thomaz Farkas e Hans GünterFlieg –, cujos acervos são conservados pelo Instituto Moreira Salles, vai estar em exposição na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, numa iniciativa do programa Próximo Futuro.

No início da década de 1940, com a Segunda Guerra Mundial, o Brasil surgia como opção para milhares de imigrantes e, ao mesmo tempo, vivia um processo de modernização único, que agitou todos os sectores da sociedade brasileira. Essa transformação vertiginosa do país é explorada nesta mostra através do olhar de quatro fotógrafos cujo trabalho apresenta uma grande variedade estilística: Marcel Gautherot (1910-1996) era um parisiense de origem operária, admirador das obras de Le Corbusier e de Mies van der Rohe, que a partir de 1958 teve livre acesso às obras de Brasília – um reflexo da amizade que mantinha com Oscar Niemeyer; Hans Günter Flieg (1923), judeu alemão, refugiou-se do nazismo no Brasil, onde chegou em 1939, tendo-se especializado em fotografia industrial; Thomaz Farkas (1924-2011), húngaro emigrado no Brasil, dos quatro fotógrafos talvez o mais conhecido e o mais “vanguardista”, desde muito jovem se interessou pela fotografia como obra de arte; e finalmente o brasileiro José Medeiros (1921-1990), fotojornalista nascido num estado pobre e sem grande tradição cultural, mas que aprende a fotografar nas redacções cariocas, atento às mudanças e rupturas em todas as classes sociais.

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Nesta exposição vemos a Amazónia intocada, as praias e o quotidiano do Rio de Janeiro, mas também o carnaval, o futebol, os ritos de iniciação de religiões africanas, os portos fluviais e os pescadores no Norte, as indústrias e as fábricas, as igrejas barrocas, as tribos indígenas, as ferramentas mecânicas, as festas populares, os edifícios modernistas e a nova capital, Brasília. São temas muito díspares que permitem fazer um retrato do Brasil, numa determinada época, que termina com o início da ditadura militar, em 1964.

“Escolhemos estes quatro fotógrafos pela diversidade e pelo carácter complementar dos seus trabalhos. Analisados em conjunto, eles dão conta perfeitamente de duas décadas de cultura brasileira”, diz Ludger Derenthal, que em conjunto com Samuel Titan Jr., do Instituto Moreira Salles, assinou a curadoria de uma primeira versão desta exposição, exibida entre 2013 e 2014 no Museu da Fotografia de Berlim. Entre fevereiro e abril de 2015, uma nova versão desta exposição estará patente na sede da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, viajando em maio para Paris, onde será apresentada na Delegação em França da Fundação.

Modernidades: Fotografia Brasileira (1940-1964)

Curadoria: Samuel Titan Jr., Ludger Derenthal e António Pinto Ribeiro

21 fevereiro a 19 abril 2015
Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa

6 maio a 26 julho 2015
Delegação em França da Fundação Calouste Gulbenkian, Paris

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